quinta-feira, 20 de maio de 2010

Inclusão Digital no Processo Educativo

Introdução:
O texto a seguir irá tratar um pouco sobre inclusão digital e o processo educativo. Também falará da relação de ensino-aprendizagem em diversas estruturas, como EaD, escolas, comunidades, etc.
O objetivo do texto a seguir é fazer o leitor pensar e refletir sobre esse tema. Existem soluções para sanar os problemas relacionados à inclusão digital? Quais são as maiores dificuldades encontradas nesse assunto? Quem são os mais beneficiados? Quem são os menos beneficiados? Vamos refletir:


Inclusão digital e o processo criativo:
Certa vez eu li em uma revista de grande circulação o relato da experiência de um advogado que tinha conversado com seu amigo que era médico. O médico disse pra ele: “Se você quiser me passa esse arquivo por Bluetooth, ou me manda pelo Messenger, ou me uppa o arquivo em algum servidor de HD virtual, ou, se você preferir pode usar o velho e ultrapassado e-mail.”
O mundo está se modernizando, muitas novidades tecnológicas vêm surgindo desde o advento da internet. Serviços de conversas instantâneas como MSN, skype ou VoiP, de redes sociais como Orkut, Facebook, Hi5 e de miniblogs como o twitter vem tomando conta da rede mundial de computadores e trazendo novas técnicas de comunicação ente as pessoas.
Pierre Levy (1996) definiu a atual era da informática como uma era posterior à oralidade e à escrita. Na educação, sem dúvida vemos que as novidades tecnológicas têm o poder de somar forças no processo educacional já existente.
Em se tratando de inclusão digital é importante ressaltar que a inclusão não está somente em criar tele-centros, dar um computador para cada indivíduo, é de extrema importância educar os “analfabetos digitais” a manusear a máquina e suas funções senão fica um monte de PC na frente de pessoas que nem sabem ligar o equipamento. Veja abaixo dois exemplos de casos que foram relatados por pessoas que trabalham em serviços de suporte ao cliente:
CLIENTE: “Não consigo imprimir. Cada vez que tento, o computador diz:
‘Não é possível encontrar a impressora’. Já levantei a impressora e
coloquei-a em frente ao monitor, mas o computador continua dizendo que não consegue encontrá-la.”
CLIENTE: “A internet também abre aos domingos?”



Creio que esse processo de educar um indivíduo para que o mesmo seja incluído digitalmente na sociedade é similar à educação no trânsito, não se entrega um carro a uma pessoa que nunca dirigiu e diz: “ele é todo seu, se vira, dirige aí...”. Geralmente quem quer aprender a dirigir passa por todo um processo de aprendizagem até ter todo o domínio sobre o veículo. É uma situação muito semelhante com pessoas que não têm contato com o computador. Elas precisam passar por um processo de aprendizagem.
Assim como diz Paulo Montanaro (2010) e Alberto de Oliveira (2010):
“... não é suficiente dar a todas as pessoas um computador com uma ótima interface e todas as facilidades de acesso. É necessário, e talvez seja realmente o mais importante, dar condições para que essas pessoas, munidas de tal tecnologia, possam a utilizar de forma consciente na participação nos processos de inteligência coletiva e de construção colaborativa do conhecimento. A inclusão digital se dá, portanto, não com o acesso à tecnologia pura, mas sim como parte de um processo de inclusão social. O uso das tecnologias deve buscar, antes de tudo, um avanço no bem-estar de todo um grupo social, favorecendo sua cultura, suas necessidades e suas particularidades. Somente desta forma a massa excluída estará, de fato, inserida neste ciberespaço.”
Nas comunidades e escolas o uso de recursos educativos associados à tecnologia serve de grande estímulo aos alunos, que têm maior interesse devido à “novidade” na maneira de ensinar e pelos novos horizontes que essa nova tecnologia pode alcançar. No entanto, apesar de tudo o professor por si só deve conhecer o conteúdo que está ministrando, ser didático, criativo, dinâmico e saber prender a atenção dos alunos. Não adianta o professor levar notebook pra sala de aula, data show, DVDs, etc. se não tiver coerência e clareza em suas informações, a tecnologia tem que estar diretamente associada ao conhecimento do professor e a mesma deve estar a dispor do professor e não o contrário.
Assim como diz Farias (2003, p. 19):
Não é suficiente equipar materialmente as escolas. É preciso cuidar do material humano, de sua formação continuada como estratégia de política prioritária para que a incorporação de tecnologias como o computador possa, de fato, ser um contributo à educação.
Considerações Finais:
O conhecimento, a educação e a aprendizagem estão intrínsecos no ser humano desde o seu nascimento. Desde pequenos aprendemos, perguntamos, temos vontades, nos desenvolvemos intelectualmente, etc.
A inclusão digital no processo de ensino-aprendizagem ou qualquer outra estratégia devem estar intimamente ligadas à natureza humana, ou seja, devem estar associadas e coerentes com a realidade social e intelectual do ser humano.
Referências Bibliográficas:
Figura 1: http://1.bp.blogspot.com/_nFED_fRmtLc/RlXVLmIrRiI/AAAAAAAAABM/pK41wMkJ4wg/s320/INCLUS%C3%83O+DIGITAL.jpg Acessado em 18/05/2010
Figura 2: http://noolhodooutro.files.wordpress.com/2008/10/tira_java.jpg Acessado em 18/05/2010
LEVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência. São Paulo: Editora 34, 1996.
FARIAS, Isabel Maria Sabino. Os Professores e as Tecnologias na Escola: Limites e Perspectivas da Inovação. 2002/2003.
MONTANARO, Paulo; OLIVEIRA, Alberto de. Inclusão Digital. Disponível no link http://ead2.uab.ufscar.br/mod/book/view.php?id=76135 Acessado em 18/05/2010.
Saiba Mais:
Acesse o link a seguir e veja o desabafo de um blogueiro sobre a inclusão digital: http://s3k7or.wordpress.com/2009/03/26/inclusao-digital-o-que-fazer-com-os-incluidos-abandonados/

5 comentários:

  1. Olá, Marco!
    Muito bacana seu blog, tanto em forma quanto em conteúdo. Parabéns! Sua reflexão sobre inclusão digital está muito interessante, com ótimas analogias. Você também soube estruturar bem o texto, e gostei muito por você colocar as referências bibliográficas - ainda que não estejam nos padrões da ABNT, contém informações relevantes para localizar a obra citada.
    Gostei também dos gadgets que você experimentou e o fato de usar figuras nas postagens. Gostei muito! Quero ver como vai estar esse blog daqui há um tempo... ;-) Um abração e parabéns novamente!

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  2. Olá Professor! Pretendo sempre atualizar o blog e colocar artigos bem interessantes...muito obrigado pelos comentários.

    Abraços.

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  3. Olá! É extremamente discutível a inclusão digital por este prisma que você menciona, pois para fazer desta ferramenta que é a internet e a informática propriamente dita um recurso poderoso nos processos de ensino, assim como um efetivo meio de intercambiar conhecimentos e informações, deve-se lembrar que antes do letramento digital vem o letramento convencional, a leitura, etc...
    ABRAÇO

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  4. Olá Hallyson, seja bem vindo ao blog. Você tem razão, as pessoas falam em inclusão digital muitas vezes sem olhar de uma meneira contextualizada e analítica do assunto e por isso têm dificuldades em entender onde está realmente o problema, acabam sendo parciais e propondo soluções que não favorecem o todo.
    ABRAÇOS.

    Volte sempre.

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